Coletivo Enecos Bahia

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Bjikins e saudações

sábado, 27 de junho de 2009

E aquele tal Congresso Nacional de Estudantes que fizeram divulgação ???



Depoimento de um Delegado...

Grande e interessante!!! ESCLARECEDOR!!!!


" Nesse final de semana acabamos de passar por um Congresso de Nacional de Estudantes(CNE), puxado e realizado por fora da UNE, junto a diversos setores e correntes do Movimento Estudantil, que bravamente vem construindo as lutas dentro das Universidades contra os ataques dos governos neo-liberais e da própria UNE aos estudantes e trabalhadores. O CNE foi proposto dentro do Encontro Nacional de Estudantes e dos de diversos cursos pelo Brasil com o intuito de reorganizar a esquerda do Movimento Estudantil que estava tocando às lutas, muitos destes presentes e participantes das ocupações de reitorias em 2007, da Frente de Lutas Contra a Reforma, da FOE, CONLUTE, independentes e outros. Dentro deste processo no segundo semestre de 2008 deu-se o inicio da organização do CNE.

Seu processo de organização e construção das comissões já começou com muitas controvérsias, mas nada para julgarmos agora, dentre elas a utilização dos nomes da ExNEEF e da EXNEL como parte da comissão organizadora, o que levou a EXNEL a se retirar da construção do congresso, e a um intenso debate dentro da ExNEEF de como iria construir o mesmo, assim como nunca teve uma retratação pública acerca deste fato por parte da comissão organizadora. As reuniões que começam compostas por diversas correntes e independentes ao longo do processo vem se dispersando e se resumindo a um pequeno grupo, que vinha atropelando, tratorando e impondo, isso se deu com a data, o local, a programação. Mas muitos de nós sabemos como é difícil construir um congresso, ainda mais com pauta única.....

Dentro deste processo diversos estudantes e setores que não acreditam mais que haja espaço e formas de construir nada junto ou por dentro da UNE, e que esta entidade não mais representa os interesses dos estudantes e sim o do governo, passaram a construir o congresso através de debates, construção de fóruns locais, estaduais e regionais, com outros CA/DA's nos corredores, dentre outros, acreditando que este poderia rearticular o ME por fora da UNE, fazer um balanço do que foi os últimos processos do ME(frente, conlute, ocupações, greves...), tirar um calendário unificado de lutas, debatermos a realidade das diversas escolas presentes, criarmos uma nova entidade se fosse avaliado que este é o momento, assim como buscar pontos convergentes nas análises de conjuntura para este período de crise que passamos e que os trabalhadores terão de enfrentar.

Porém o que se foi visto não foi bem isto..................

O processo de tiragem de delegados já foi muito conturbado e em muitas escolas parecido com processos feitos pela UNE, quase não se teve debates e sim uma apresentação do que era o CNE sem muito aprofundamento, onde isso foi articulado pela corrente majoritária deste congresso só se falou sobre a criação de uma nova entidade para representar os estudantes e se colocar como alternativa a falida UNE, diversos relatos puderam ser observados dentre os corredores do CNE e conversando com as diversas delegações. Apesar da tiragem de delegados o que dava a perceber era que a maioria dos participantes do congresso eram pessoas ligadas a corrente majoritaria do congresso e os que não eram muitas das vezes eram amigos próximos. Assim como os inúmeros relatos de pessoas que não puderam ir por diversas desculpas que por fim não se comprovaram na prática. Aqui na minha faculdade tenho casos, onde por fim foi sobrando vagas....

O congresso se constitui de 16 teses e diversas correntes politicas da esquerda do ME, Barricadas, Além dos mitos, Anarquistas, espaço socialista, movimento revolucionário, coletivo marxista, PSTU, dentre outras e independentes. Apenas 2 teses defendiam a construção de uma nova entidade, a do PSTU era uma delas, setor majoritário desde a construção e dentro do congresso, a outra tese trazia a proposta de criar uma entidade que rompesse com a UNE e articulasse junto a estes setores.

Devido a diversos fatores, que nem precisam ser debatidos, houveram alguns problemas em cumprir a programação e teve-se a diminuição do tempo de apresentação das teses, mas o que pode-se observar era que a maior parte das apresentações se perpassavam por acreditar que este não era o momento da criação de uma nova entidade, maioria estas que eram minorias numéricas(principalmente em números de delegados) e muitas avaliavam que o setor majoritário que estava puxando este congresso queria criar uma nova entidade para juntar-se a correntes do PSOL, e outras que ainda não amadureceram para romper com a UNE, já pensando na campanha eleitoral de 2010...

Já na plenária de abertura a fala feita pelos companheiros defendendo a criação de uma nova entidade já demonstravam que o plenário tinha sua hegemonia, a cada fala feita pelos companheiros do PSTU uma leva de palmas e pessoas em pé, mostrando quem era o setor majoritario do congresso,, mesmo assim eu e vários companheiros não estávamos convencidos.....

Dentro dos GD's, realizados somente depois de muitos atrasos e problemas de estrutura, o que já falei que não vem ao caso aqui debater, o que se via era novamente a hegemonia do PSTU, onde a cada inscrição de fala que contrapunha a criação da nova entidade, ou buscasse debater algum balanço, calendário, bandeiras, diversas outras, vinham 5, 8, 10 inscrições dos companheiros do PSTU falando sobre nova entidade, em muitos GD's somente este assunto foi abordado dentro dos debates, sendo que tiveram dois momentos destinados para os GD's ficando para os participantes irem nos mesmos nos dois momentos, só que o que ocorreu foi que nos GD's onde não tinham um grande numero de militantes do PSTU no primeiro dia, já se encontravam inchados dos mesmos no segundo.


Então claramente o que foi relatado, pelo pessoal da minha delegação Goiânia, da delegação do PE, CE, BA, DF entre as diversas que pude conversar, era que havia uma polarização entre a nova entidade e a manutenção dentro da UNE, predominantemente a nova entidade, aclamada pelo PSTU e a manutenção dentro da UNE pelos companheiros que compunham a FOE, quase não se teve espaço para fazer outros debates de extrema importância para o ME dentro destes espaços, os encaminhamentos foram enviados a relatoria por escrito e depois sistematizados por uma comissão supostamente formada por dois integrante de cada tese...


Ainda dentro da programação mais uma modificação, novamente como todas as outras, proposta e votada em plenária, com esmagador ganho da majoritária do congresso, esta se modifica e fica com um tempo vago durante a noite, espaço este que teve uma plenária de comemoração e apresentação dos 15 anos do PSTU, com a presença do prof Valério Arcari, o que mais uma vez se defende a criação de uma nova entidade estudantil. O espaço que ficou destinado dentro da penúltima noite foi o de começar a plenária final mais cedo, programada para o último dia, assim passaria a iniciar-se na noite anterior, o que não aconteceu por dificuldades com estrutura(o que não nos cabe julgar né?).

Assim a plenária final tem início apresentando e entregando as propostas que, segundo a equipe de sistematização, que supostamente deveria ter dois membros de cada tese, mas que só foi avisado para algumas pessoas das teses mais conflitantes, que supostamente seriam consenso. Feito os destaques destas, na hora de começar os trâmites aparece uma proposta de votar os dicensos, sistematizados pela comissão organizadora, junto aos grupos das outras teses que se articularam e tiveram que colocar uma proposta em comum, ficando para todos os que reeinvidicaram uma tese chegar a um consenso, pois as propostas que estes iriam enfrentar era a da majoritária do congresso, que colocou sua politica inteira para ser votada contra as outras propostas, lembrando das diversas que tinham, contra a deles. Essa sistematização venho aparecer somente neste momento pegando a maioria, que aqui se coloca como minoria numérica, dos setores que se colocavam em oposição a hegemonia do CNE de surpresa, e sendo votado na plenária para ser esta a votação encaminhada primeiro, apesar das tentativas de barrar nada foi possível e mais uma vez o rodo, atropelo, tratoramento, pelos quais se desenrolou todo esse congresso, e encaminhou-se que votasse primeiro os dicensos mais polémicos.

O primeiro a ser votado era a criação de uma nova entidade, contra outras quatro propostas, a de fundar uma entidade (ANEL), uma nova entidade que rompa com a UNE(coordenação nacional dos estudantes), a de construir um Fórum, e a de realiza-se um novo congresso. Como já demonstrado desde o primeiro dia a votação se encaminhou, mas não sem muita discordância, atropelos, manifestações de repúdio contra este ato que se demonstrou um tremendo burocratismo dos companheiros, além de desconsiderar as diversas correntes ali presentes que em suma maioria manifestavam discordância com o que estava acontecendo, porém mesmo assim ainda éramos menores em números. Essa votação foi encaminhada e sem nenhuma novidade a entidade defendida pela tese do PSTU foi aclamada, com salva de papel e muita gente em pé, agitação, como nos congressos da UNE, depois do burocratismo todo o rebanho comemora. Daí por diante todas as propostas que vêm para serem votadas vencimento esmagador do PSTU e das suas políticas, passa-se ao esvaziamento da plenária. O grupo que puxava a plenária paralela classista e combativa forma os primeiros a se retirar e assim continuou com diversas correntes se retirando, ficava claro que ali só passaria as políticas do PSTU, assim como na UNE só passam as da UJS.
Foi colocado para votar propostas que nem se contrapunham, que nem se quer foram defendidas dentro da plenária de tão absurdas, isso sem contar que quebra com a lógica dialética das contradições parecendo que quem as sistematizou os fez sem a menor noção crítica(ou com um intuito bem claro).

O congresso termina com todas as forças derrotadas, menos o setor majoritário que hegemonizou esse congresso inteiro sendo maioria em todos os espaços, sendo o proponente, o organizador, e creio que o único a ver essa nova entidade como solução para o ME e as lutas que hão de vir.

A proposta de nova entidade foi votada sem saber nem pelo que está iria se pautar, sem contar que a autonomia segundo a governos e políticos foi ferida, tendo passado na votação que está poderia se atrelar a campanhas eleitorais, demonstrando que o alerta feito por alguns setores ali presentes pode se concretizar, e está virá a apoiar campanhas eleitoreiras. Essa entidade já nasce nos moldes que a UNE que se encontra hoje, burocratizada, emparelhada, hegemonizada, atrelada a eleições, lutando por bandeiras de assistencialismo, abaixo assinados, pedidos de MP para o presidente Lula, não contemplando as necessidades reais dos estudantes, reproduzindo o mesmo do passado que não nos servi e sem romper ou criar um novo movimento estudantil a partir da nova realidade que está colocada a nós pelos governos populistas e sociais democratas.

O CNE não foi capaz de rearticular o ME devido a intransigência e falta de dialogo dos companheiros do PSTU que desde o chamado ao CNE sempre colocaram e impuseram a necessidade da criação de uma nova entidade, diversas correntes e setores do ME não compuseram tal congresso por acreditar que era um congresso do PSTU e o que foi visto na pratica foi isso mesmo..

Após construir luta com os companheiros a 3 anos nunca imaginei que tal partido pudesse demonstrar tais sinais de degeneração, colocando todo o tempo as minorias presentes no congresso como suspiro vencido, ou minorias agitadoras, companheiros estes que construíram lutas conjuntas durante anos. Desde o inicio os companheiros se colocaram como maioria e hegemonia não recuando nas pautas de criação de uma nova entidade o que afastou diversas correntes e setores de participar, e no momento de suma maioria, de hegemonia, colocaram para dentro desta nova entidade suas políticas e pautas sem nem ao manos esperar para dialogar com os diversos uma construção coletiva, será que todos teremos que entrar nesse entidade para cumprir políticas pré determinadas, creio que não seja essa a dinâmica do movimento estudantil.


Essa entidade nasce sem a legitimidade da base(CA'd, DA's, executivas, corredores, etc..) e da maior parte da vanguarda, nasce cometendo os mesmos erros que levaram anos para a UNE chegar, emparelhada a um setor que hoje está ao lado do reformismo e do assistecialismo, colocando como bandeiras propostas que já vimos como superadas, não pautando as verdadeiras necessidades dos estudantes e da classe trabalhadora, hegemonizada por um setor que centraliza as decisões e intervenções de seus militantes.

Somente podemos agora é buscar articular, todos os setores que se colocam nas lutas, para tentarmos construir algo, pois o que está colocado para nós é o "mais do mesmo",, é a consolidação dos erros do passado,, é a reconstrução do mesmo,, assim se apresenta a ANEL.. "


Tobias da Silva
Aluno de graduação em educação física da UFG 7º periodo
Ex gestão do Centro Acadêmico de Educação Física Ayrton Senna - UFC 2008/2008
Ex gestão do Centro Acadêmico de Educação Física - UFG 2006/2008
Membro da Comissão Eleitoral DCE - UFC 2008
Construindo a Executiva Nacional de Estudantes de Educação Física - ExNEEF
Delegado do Congresso Nacional de Estudantes
INDEPENDENTE

"Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar."


Bertold Brecht

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